Para Antonio Fagundes
Na peça Vermelho, o ator vive o pintor Mark Rothko (1903-1970), grande nome do expressionismo abstrato, e contracena com o filho, Bruno Fagundes
Como essa peça surgiu na sua carreira? Não é a gente que acha a peça, mas a peça que acha a gente. Neste caso, uma amiga me apresentou o texto. Assim que acabei de ler, me interessei em adquirir os direitos. Depois, descobri que, por coincidência, o Bruno, meu filho, também havia lido o texto.
Você já conhecia o trabalho do Rothko? Eu havia lido uma biografia dele. Mas o que acho interessante na peça é que o Rothko é só um meio para falar de relações pessoais e conflitos de gerações.
Qual é o seu interesse pessoal por artes plásticas? Gosto muito. Vou a exposições, programo minhas viagens para ir a museus. Tenho algumas obras em casa, mas não coleciono, não sou aficionado a esse ponto.
BÔNUS
Como é contracenar com o filho? Nós nos damos muito bem, temos uma relação muito carinhosa. Mas é claro que, na hora do trabalho, temos de nos encarar profissionalmente. Fiquei muito feliz de descobrir que o Bruno é tão apaixonado por teatro quanto eu.
Você é, de fato, obcecado por horários? Isso começou com a minha relação com o teatro. Percebi que 1% das pessoas não chegava no horário, atrapalhando os 99% que estavam esperando a peça começar. Então, optei por ser sempre pontual. Isso me valeu uma fama de chato, porque aquele 1% faz muito barulho.