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Quero ser cobaia

Loja inaugurada em Copacabana distribui produtos para consumidores testarem em casa. De graça

Por Felipe Carneiro
Atualizado em 5 dez 2016, 16h08 - Publicado em 5 ago 2011, 17h23

Dinheiro, cheque ou cartão? Na Rede Amostra Grátis, nenhum dos três. Ali o pagamento é feito apenas com opinião. Inaugurada no último dia 19 de julho, a loja precisou ser fechada quatro horas depois, tamanho era o tumulto na porta. Na calçada da Rua Figueiredo Magalhães, em Copacabana, 250 pessoas aguardavam para entrar, em grupos de quinze de cada vez. Sem cobrar nenhum centavo pelos perfumes, lâmpadas, barras de cereais e energéticos expostos em suas prateleiras, pede-se apenas ao freguês que responda, em casa e via internet, a uma pesquisa rápida sobre o que achou dos produtos. Simples assim. ?A gente experimenta novidades e ainda se sente ouvido. Se não gostar do que levou, é só reclamar?, diz a pedagoga Andréa Dellome, que está entre os 7?500 consumidores cariocas já cadastrados.

É de perguntar como um negócio ba­sea­do na distribuição gratuita de artigos se sustenta. A conta, na verdade, é paga pelas empresas de varejo que usam a multidão arregimentada pela Rede Amostra Grátis para testar produtos antes de vendê-los no mercado. Conseguir um espaço nas gôndolas por trinta dias custa entre 10?000 e 19?000 reais. Atualmente, são oferecidos 26 itens, que vão de pacotes de macarrão instantâneo a patê de sardinha enlatado. ?Participar de uma ação desse tipo provoca um boca a boca tremendo e ainda nos fornece uma série de dados que dificilmente seriam obtidos em uma pesquisa convencional?, afirma Josiane Galuppo, coordenadora de marketing da Special Food, fabricante de alimentos que aderiu à iniciativa. A localização da loja é estratégica. Conhecida por sua diversidade, Copacabana abriga desde madames da Avenida Atlântica até o povão da Ladeira dos Tabajaras, numa espécie de microcosmo da cidade. ?Aqui temos contato com todo tipo de consumidor?, explica Josiane.

A Rede Amostra Grátis é inspirada em uma empresa semelhante, a Sample, criada pelo australiano Anthony James em 2007, com unidades espalhadas pelo Japão, Estados Unidos, Espanha, China e França. Foi durante uma visita a fornecedores de Hong Kong que o importador Stevio Rosi topou com uma dessas. Encantado, decidiu abrir uma parecida no Rio ? escolha quase automática, dado o notório pendor do carioca por promoções e brindes. Para evitar que tudo se transforme numa gigantesca boca-livre, há limites para a retirada de produtos pelos consumidores (cinco a cada trinta dias) e uma taxa anual de 50 reais para fazer parte do time de associados. Artigos de valor mais elevado, como televisores e eletrônicos, precisam ser testados no próprio local, mas no fim da pesquisa são sorteados entre os que fizeram a avaliação. Com prêmios assim, até vale a pena ser cobaia.

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