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Espetáculos, personagens, bastidores e tudo mais sobre o que acontece na cena teatral carioca, pelo olhar do crítico da Veja Rio
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Um papo entre Claudio Botelho e Malu Rodrigues, estrelas do espetáculo comemorativo de 25 da dupla Möeller e Botelho

Oficialmente, a dupla Charles Möeller e Claudio Botelho foi constituída em 1997, quando os dois assinaram em conjunto a direção de As Malvadas, dando origem a uma das mais bem-sucedidas trajetórias do teatro musical brasileiro. A parceria, no entanto, já vinha de sete anos antes, quando Claudio, dirigido por Marco Nanini, estreou o show Hello, Gershwin, com cenários […]

Por rafaelteixeira
Atualizado em 25 fev 2017, 17h46 - Publicado em 9 nov 2015, 15h26

Malu Rodrigues e Claudio Botelho (crédito: Leo Aversa)

Oficialmente, a dupla Charles Möeller e Claudio Botelho foi constituída em 1997, quando os dois assinaram em conjunto a direção de As Malvadas, dando origem a uma das mais bem-sucedidas trajetórias do teatro musical brasileiro. A parceria, no entanto, já vinha de sete anos antes, quando Claudio, dirigido por Marco Nanini, estreou o show Hello, Gershwin, com cenários e figurinos de Charles. O quarto de século contado a partir daquela data é merecidamente celebrado em Versão Brasileira Möeller & Botelho – 25 Anos de Musicais, que a dupla estreia nesta quarta (11), no Teatro Clara Nunes. Em cena estarão Claudio e Malu Rodrigues, uma das atrizes mais recorrentes nos musicais da dupla, desfiando canções dos 36 musicais já encenados pela dupla, como Cristal Bacharach e Lado a Lado com Sondheim, além de versões que Claudio escreveu para musicais como Chicago, West Side Story e My Fair Lady

A pedido do blog, Claudio fez algumas perguntas para Malu e vice-versa. Confira o papo a seguir:

MALU PERGUNTA: Seu talento como versionista é reconhecido no país e no exterior. Qual o seu segredo?

CLAUDIO RESPONDE: Se eu tenho algum mérito, e creio poder dizer que tenho depois de tanto tempo trabalhando, acho que é basicamente o seguinte: gosto de poesia e gosto de música. Letras em português têm que ser entendidas como letras originais, que soem como novas canções no ouvido do público, e não como tradução. Não se pode pensar na frase cantada como se fosse texto falado, porque não é… É outra embocadura, outra prosódia, tudo é em função da música, de compassos, dos acentos musicais. Não estar atento a isso é não ser versionista ou letrista, mas ser tradutor. Suponho que meu mérito é apenas ser versionista, portanto não sou mais do que deveria.

CLAUDIO PERGUNTA: O que te dá mais emoção num musical? O momento em que vc está cantando ou atuando? Você trata a música e o texto como se fossem uma coisa só, ou se sente diferente desempenhando cada parte?

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MALU RESPONDE: Os dois. No musical, a música completa a cena, mesmo que seja só como trilha sonora, a música sempre dá a emoção que a cena pede. Geralmente, ensaio a canção separadamente para depois juntar, mas no final tudo vira uma coisa só. Pra mim os números musicais acontecem como um complemento do texto, da cena.

MALU PERGUNTA: Quais os projetos para os próximos 25 anos da dupla Möeller e Botelho?

CLAUDIO RESPONDE: Verônica ou 13, um musical inédito escrito pelo Charles, que é um capítulo adiante do nosso 7 – O Musical, que fizemos com o Ed Motta. E Se Meu Apartamento Falasse, ou Promises, Promises (no original), musical da Broadway dos anos 60, com música de Burt Bacharach, letras de Hal David e texto de Neil Simon. Os demais ainda são secretos.

CLAUDIO PERGUNTA: Você teve a sorte de fazer o mesmo papel que lançou o maior ícone feminino da história dos musicais americanos, Judy Garland (em O Mágico de Oz, montado no Brasil pela dupla). Ela é uma referência? Te influenciou? Você gosta da Judy mais jovem dos primeiros filmes ou acha que ela amadureceu melhor como cantora?

MALU RESPONDE: Eu amo a Judy. E ela sem dúvida amadureceu com o tempo e a experiência, como toda grande estrela. Não sei se gosto mais da Judy mais velha, são duas pessoas diferentes. Mas eu acho que o repertório ganhou mais peso, e ela foi virando um monstro num ótimo sentido. Até começar a cair. E sem dúvida ela é uma referência não só pra mim, mas pra qualquer menina que pretende fazer musical.

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MALU PERGUNTA: Você é um grande intérprete. Que música você gostaria de apresentar num show e ainda não o fez?

CLAUDIO RESPONDE: Eu sou? Sou só truqueiro… (risos).  Eu adoraria um dia cantar A Noite do Meu Bem (de Dolores Duran).

CLAUDIO PERGUNTA: Você já pensa em repertório pra seu futuro? Fica sonhando com peças ou personagens? Ou deixa que as coisas aconteçam?

MALU RESPONDE: Na verdade, parte do repertório que eu gostaria de cantar estamos fazendo no nosso show. Quanto aos musicais ou personagens que gostaria de fazer, quando eu era mais nova tinha o sonho de fazer alguns musicais bem famosos, mas que hoje perderam a graça pra mim. São grandes espetáculos, mas o texto não diz nada, serve como entretenimento, mas não tem uma mensagem, não é visceral, não sangra. Não sei se é porque amadureci como atriz, talvez seja. Hoje, pra mim, o texto importa muito mais do que uma canção gritada. A Noviça RebeldeLes Misérables são alguns dos musicais onde se tem uma história incrível e as canções são lindas, são musicais onde podemos passar uma mensagem de verdade. E esse é o tipo de musical que eu quero fazer. Eu geralmente estudo aleatoriamente, sem saber se o musical vem ou não, assim, se ele vier estarei pronta, ou pelo menos segura pra uma boa audição ou começar a ensaiar.

MALU PERGUNTA: Que conselhos daria para quem quer produzir um musical com a qualidade dos seus espetáculos?

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CLAUDIO RESPONDE: Não trate o musical como se fosse um livro novo na biblioteca e que você olha e acha que tem que ler. Leia 100 livros antes de escolher qual você quer fazer, assista 100 musicais ou ouça o score, leia o scritp, veja no YouTube, antes de tomar sua decisão. Quando se apaixonar perdidamente por um, monte.

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