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Olimpíada

Queiram ou não os carrancudos, sempre de mal com o mundo, que franzem o nariz diante do sucesso, a Olimpíada foi um acontecimento arrebatador. Ninguém que viva nesta cidade, ou por ela tenha passado nesta última quinzena de agosto, deixou de se encantar, feliz e surpreso, com o vigor dessa festa sofisticada e ao mesmo tempo popular, que […]

Por Daniela Pessoa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 25 fev 2017, 17h24 - Publicado em 27 ago 2016, 01h00

Léo Martins

Queiram ou não os carrancudos, sempre de mal com o mundo, que franzem o nariz diante do sucesso, a Olimpíada foi um acontecimento arrebatador. Ninguém que viva nesta cidade, ou por ela tenha passado nesta última quinzena de agosto, deixou de se encantar, feliz e surpreso, com o vigor dessa festa sofisticada e ao mesmo tempo popular, que desmentiu os prognósticos de fracasso. O fracasso desejado por muitos. Por aqueles que aguardam atrás da porta para saltar na hora H com um vitorioso e orgástico “Eu não disse?”.

Bem, o que foi todo mundo viu, não é preciso repetir. Mas alguns retalhos recolhidos aqui e ali podem ilustrar graciosamente a bela festa. Um dos que mais chamaram minha atenção foi a descoberta de um Brasil pouco conhecido por crianças e adolescentes, já que, em muitas escolas, falar de um país bonito e forte ficou fora de moda. Patriotismo deixou de ser uma virtude, passando a ser exemplo de cegueira e alienação. E a esperança desceu ao nível da retórica. Vazia.

Fiquei sabendo de uma paródia do significado das cores da nossa bandeira: o verde das nossas florestas, que desaparecem sob o machado e a serra elétrica. O amarelo das nossas riquezas, que são devoradas pela corrupção galopante, e por aí vai, com um humor tosco, caricaturando o azul, o branco, as estrelas e o lema “Ordem e Progresso”, que me dispenso de comentar.

É preciso que as pessoas – crianças e adolescentes sobretudo – deixem de ter vergonha do país em que vivem e onde nasceram. Patriotismo não é ridículo. Nem chorar de emoção ao cantar o hino nacional e colocar a mão no peito diante da bandeira.

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Mas, dirão vocês, para que esse ufanismo? A Olimpíada já era, e a Paralimpíada se esgotará em duas semanas. E aí? Como vai ser? Voltaremos ao Brasil real, ao Rio verdadeiro.

Pois é. Sabemos que não vai ser fácil. Passada uma semana, já deu para sentir. Há muitas coisas a consertar. Vemos isso todos os dias nos jornais e na televisão. Mais do que ver, sentimos. Sentimos fome e frio. Somos vítimas de abusos de toda sorte. Sabemos que a educação é o principal investimento para mudar e transformar. E a educação precisa vir na boa companhia da saúde, para não chegar e encontrar uma terra arrasada e deserta. Vemos essa possibilidade de desastre em todos os lugares. Sentimos a miséria crescente, o abandono de crianças e velhos. É visível o desânimo diante do desemprego. Mas temos de remar, remar sem parar, para escapar ao naufrágio.

Temos de ver e sentir que o Brasil é mais do que a nossa terra, é a terra dos nossos filhos, netos e seus descendentes, que estarão povoando o país de hoje até sempre. Um país que todos nós queremos melhor do que é. Melhor do que sempre foi. E até melhor do que sonhamos que será.

Amém.

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