Zico, Romário e Geovani, os jogadores mais caros dos anos 80
Recentemente o São Paulo fechou a venda de Lucas para o Paris Saint Germain por 45 milhões de euros, no maior negócio já envolvendo um clube brasileiro. Desde os anos 90 que São Paulo e Cruzeiro têm se destacado como os clubes que conseguem os maiores valores nas negociações de seus jogadores. Mas houve um […]
Recentemente o São Paulo fechou a venda de Lucas para o Paris Saint Germain por 45 milhões de euros, no maior negócio já envolvendo um clube brasileiro. Desde os anos 90 que São Paulo e Cruzeiro têm se destacado como os clubes que conseguem os maiores valores nas negociações de seus jogadores. Mas houve um tempo que esse papel era exercido por clubes cariocas. O Blog relembra as três vendas de jogadores que bateram o recorde de preço ao longo dos anos 80.
Em 1983, depois de anos resistindo à propostas do Milan, Flamengo e Zico fecharam a transferência do Galinho para o futebol italiano, mas para o pequeno Udinese, que pagou U$ 4 milhões para ter um craque internacional no comando de uma equipe de alto nível que estava sendo montada. Um jornalista local resumiu o sentimento dizendo que “Para nós, friulanos, Zico tem o mesmo significado de um motor da Ferrari colocado dentro de um fusca. Sentimo-nos os únicos no mundo a possuir um carro tão maravilhoso e absurdo”. Depois de uma primeira temporada animadora, faltaram peças na engrenagem, o segundo ano não foi tão bom e Zico voltou ao Flamengo em 1985, um ano antes do término do contrato com o time italiano. Mas a passagem foi marcante, a ponto de na primeira temporada mesas redondas terem sido integralmente dedicadas às cobranças de falta de Zico.
Matéria da Revista Veja em 1983 sobre a venda de Zico para a Udinese
Em 1988 o recorde foi batido com a venda de Romário do Vasco para o PSV Eindhoven da Holanda, por U$ 6 milhões. O Baixinho chegou a um clube campeão europeu, no país da seleção campeã europeia e terra dos craques da moda naquele momento, o trio holandês do Milan (Gullit, Van Basten e Rijkaard). Mesmo assim deu importante contribuição ao desenvolvimento do futebol holandês e do PSV, marcando inúmeros golaços e conquistando títulos locais nos cinco anos em que lá esteve até 1993, quando se transferiu para o Barcelona e viveu a melhor temporada de sua carreira.
Matéria da Revista Placar em 1988 sobre a despedida de Romário do Vasco
Mas nem todo craque objeto de negociação recorde se manteve no topo. Em 1989 outro jogador criado em São Januário foi protagonista de negociação recorde. O Vasco vendeu Geovani para o Bologna da Itália por U$ 8 milhões. Mas o meia cerebral não se adaptou ao futebol italiano, o Bologna não era nenhum esquadrão, o investimento não deu retorno e Geovani foi vendido ao obscuro Kalsruche da Alemanha na temporada seguinte. Depois de mais uma temporada frustrante, o jogador voltou a São Januário, ainda a tempo de participar com algum protagonismo do forte time do começo dos anos 90, mas a carreira dele nunca mais teve o mesmo destaque.
Vale lembrar que os valores citados não foram atualizados e que os números relativos a transferências de jogadores vêm crescendo de forma geométrica nas últimas décadas, tanto que os valores necessários para contratar Zico ou Romário nos aos 80 hoje em dia mal daria para contratar um jogador mediano.