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Creche de Niterói lembra a máxima eternizada por um ex-ministro de que o cachorro é um ser humano como outro qualquer

Por Renan França
Atualizado em 5 dez 2016, 16h15 - Publicado em 17 Maio 2011, 18h37

Theo, que tem 1 ano e 8 meses, desde pequeno segue um ritual metódico. De segunda a sexta, ele se levanta às 6h30 e pouco depois já está pronto para pegar a van escolar. No veículo, interage com os coleguinhas Xavier, Oliver, Fred, Dinho, Bruce e Laila. Difícil mesmo é ficar com o cinto afivelado. Ao desembarcarem, eles desfilam com suas mochilas e lancheiras para mais um dia de atividades. Os professores conferem a agenda de recados e servem o café da manhã, antes de iniciar as recreações. Theo é um golden retriever, e seus colegas, poodles, labradores, schnauzers, yorkshires e vira-latas, todos matriculados na creche Boa para Cachorro, no bairro de Pendotiba, em Niterói. Aberto há dois anos, esse espaço de “socialização” tem dez funcionários e uma área de 1 000 metros quadrados para a turma aproveitar. “Aqui eles têm uma rotina feliz e se tornam mais ativos, inteligentes e educados”, afirma a proprietária e adestradora Ana Paula Freitas.

É crescente no mercado pet a quantidade de produtos excêntricos e serviços especializados, duas categorias em que a creche se enquadra perfeitamente. Lá, o dia a dia não se limita à diversão. Depois de iniciar a jornada com muita correria, brincadeiras e um mergulho na piscina, a cachorrada passa para as atividades curriculares em si. Durante três horas, eles têm lições de adestramento e de como conviver com quadrúpedes e bípedes. Em seguida, encaram o agility, um circuito com obstáculos para melhorar a capacidade física ? o equivalente às aulas de educação física da criançada. “Meu cachorro tinha preguiça até para comer. Ele ganhou disposição, e não tenho mais trabalho nem com a higiene dele”, diz Roberta Braga, uma das mamães da creche. Como ninguém é de ferro, os totós têm um intervalo para descansar até a refeição, servida pontualmente às 4 da tarde. No período da digestão, embalada por uma trilha sonora suave, alguns deles chegam a cochilar. Assim, todos ficam calmos à espera de sua vez no banho e de escovar os dentes com pasta de sabor morango, antes de ir para casa. Ao fim do semestre, os pais recebem um boletim com a evolução do aluno.

Cobram-se 400 reais por mês ? mal comparando, mais barato que nas boas creches para crianças na capital do estado. (Aliás, o sindicalista Rogério Magri, quando foi ministro no governo Collor, dizia exatamente isso da sua cachorra, que chegou a ser transportada em carro oficial: ela também seria um ser humano.) “A escola pode evitar que o cão fique sozinho o dia inteiro”, diz a presidente do Brasil Kennel Club, Márcia Carreira. “Mas ela não substitui o carinho do dono, que é fundamental para o bicho.” Exaustos depois de uma jornada lúdica de aprendizado, Theo e seus amigos retornam à condução. “Tem vezes em que eles nem querem voltar para casa”, diverte-se Ana Paula.

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