Dominique Gonzalez-Foerster
Resenha por Rafael Teixeira
Natural de Estrasburgo, na França, a artista divide residência entre Paris e Rio há quase vinte anos. Em que pese tal proximidade, além do prestígio entre seus pares, seu nome é pouco conhecido do público daqui — uma lacuna que pode ser corrigida com uma visita à bela individual Temporama, em cartaz no MAM. Como sugere o nome, o tempo é evocado no diálogo entre o passado e o presente da trajetória de Dominique: em um salão de 1 800 metros quadrados, no 2º piso, convivem onze obras do início de sua carreira, nos anos 80, e uma única criada para a exposição: uma piscina cenográfica em que a artista surge em reproduções nas quatro bordas, caracterizada como Marilyn Monroe. Para contemplar a leva de produções mais antigas, o visitante circunda o “espelho-d’água”, em uma provocativa interlocução das obras com o espaço — ideia cara a Dominique e reforçada na aplicação de filme vermelho de um lado e azul de outro nas janelas do salão. No percurso, esbarra-se com trabalhos curiosos, a exemplo de uma estante com livros que sustentam as prateleiras e tijolos em seu lugar.