Barbaridade
- Direção: José Lavigne e direção musical de Marcelo Castro e Felipe Habib
- Duração: 120 minutos
- Ano: 2015
Resenha por Rafael Teixeira
É difícil imaginar como um espetáculo com orçamento anunciado de 10 milhões de reais e texto chancelado por três nomes consagrados das letras brasileiras — Luis Fernando Verissimo, Ziraldo e Zuenir Ventura — possa ter resultado tão desastroso. A partir de ideias do trio sobre a terceira idade, o autor Rodrigo Nogueira elaborou o texto capenga desta comédia musical. Na história, Susana Vieira vive uma produtora tão poderosa quanto arrogante, que contrata três autores (vividos por Edwin Luisi, Osmar Prado e Marcos Oliveira) para escrever um musical sobre a velhice. Sem ideia de como fazer isso, eles são ajudados magicamente, pasme, por ninguém menos que Matusalém (Thais Belchior). O pouco que se salva na montagem não é suficiente para impedir o naufrágio do conjunto. Escalado originalmente para a direção, José Lavigne se desligou semanas antes da estreia, passando o bastão para o coreógrafo Alonso Barros (que não tem cancha de diretor). Sem comando e diante de um enredo mal-ajambrado com diálogos rasos, mesmo os eventuais destaques do elenco (Osmar Prado e Thais Belchior, por exemplo) pouco contribuem. Susana, praticamente no papel dela própria, soa repetitiva depois da terceira piada. Defendida entre a desafinação e a correção burocrática, a variada trilha (sob direção musical de Marcelo Castro e Felipe Habib), no mais das vezes meramente ilustrativa, inclui Detalhes (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), My Way (Frank Sinatra) e Show das Poderosas (Anitta), além de paródias bobas como a de Malandragem (Cazuza e Frejat).